29.4.10

Quando entendermos esse gráfico, nós teremos ganho a guerra.







Para esclarecer a estratégia do exército americano no Afeganistão, o general McChrystal apresentou um eslaide feito no Power Point. O diagrama era tão confuso que obrigou o general a fazer a piadinha que intitula este post. No entanto, o fluxograma ilustra o caos das ações estadunidense em território afegão, abalando a credibilidade das forças armadas. Tanto que o New York Times estampou essa questão na primeira página do dia 27 de abril. Na matéria, outro comandante da marinha diz que o Power Point transforma eles em estúpidos. Alguns generais defendem as apresentações de estratégias militares sem os eslaides.






Isso tudo me remeteu a outro caso que aconteceu no Brasil, ano passado, quando a Marinha Brasileira deu uma coletiva sobre as ações de buscas de sobreviventes do vôo 477 da Air France. A apresentação do Power Point estava em Comic Sans. Sem satanizar a tipografia, podemos afirmar com segurança que a escolha foi inadequada e vexatória.






28.4.10

Ana Juan

Parece que não fui a única que se encantar com a ilustração de Ana Juan para a New Yorker de 29 de março.





A ELLE polonesa acaba de publicar uma capa que faz referência à ilustração de Ana Juan. Não tão bonita quanto a original...








A ilustradora espanhola já fez diversas capas para a New Yorker, além de muitos outros trabalhos no mercado editorial e de propaganda. Conheça o site dela.












22.4.10

Com o Photoshop na mão e uma idéia na cabeça

A paródia gráfica da capa da Veja rodou pela internet ontem, devo ter recebido uns três links pelo Twitter. Vi a capa falsa antes da que foi publicada pela Editora Abril. O poder que os meios digitais coloca nas mãos de um número cada vez maior de pessoas é impressionante, tanto pela facilidade em se produzir uma sátira como essa, quanto pela rapidez com que ela se espalha. Se a idéia não fosse boa e não representasse a opinião das pessoas, a imagem teria se perdido. Mas ao contrário, ela se multiplicou e aqui estou replicando...

Capa publicada pela Editora Abril



Capa falsa

20.4.10

O mistério está no kerning

Recebi o texto O silêncio e o segredo na Literatura no mesmo dia que tive tempo de visitar o site do artista e designer Sam Winston. Encontrei neles uma sintonia perturbadora. O texto fala sobre a força do silêncio e do inacabado na literatura.


Vi no trabalho de Winston uma busca frenética pelo mágico substrato desse silêncio. Ele toma as palavras e as disseca, como se estivesse querendo extrair delas o mistério, que em sua integridade não podem expressar. É possível que no espaço entre uma letra e outra, onde os designers costumam chamar de kerning, ali talvez se encontre um fragmento palpável do inexprimível. Em sua investigação, o corpo do texto é enriquecido de significados, que acabam nos preenchendo do mesmo silêncio observado na literatura, materializado no vazio da página.














Parece que no mundo digital em que vivemos não há espaço para os brancos das páginas, para os silêncios, nem para a literatura. Precisamos preencher cada pixel com desenhinhos, convivemos com o excesso de ruídos e temos tanta informação que nos escapa o mistério.

12.4.10

Capas da Harper's Bazaar




Primeira edição: 1867 (a edição acima é de 1868) – com tantos anos de vida, sua história é compartilhada com a história do feminismo, do design, da ilustração e da fotografia.



Um ilustrador: Erté (Romain de Tirtoff)

















Um designer: Alexey Brodovich – diretor de arte da revista entre as décadas de 30 e 50, revolucionou e influenciou com recortes, brancos nos layouts e seu logotipo ditot.





















Década de 60











Chamadas caligráficas













Grandes produções fotográficas








Retorno à ilustração em 2010


5.4.10

Iluminando com sombras

A edição de fevereiro de Conjuntura Econômica teve como tema principal o setor de energia. Duas referências me vieram à memória depois de conversar com o editor sobre a capa. Já falei da primeira aqui – o trabalho de Ernesto Ballesteros, que vi ano passado na exposição Argentina Hoy, no CCBB do Rio de Janeiro.






A segunda foi um trabalho da exposição mais impressionante que vi ano passado: Linha de Sombra, da veterana Regina Silveira, também no CCBB do Rio de Janeiro. O trabalho dela que me influenciou foi Quimera.















A revista abordaria os temores e dúvidas de setores industriais do país em relação ao abastecimento de energia, e como isso poderia se tornar um gargalo na produção nacional. Lembrei-me imediatamente dessas fontes de luzes que não iluminam, que sombreiam. Sombras no setor indústrial , gerando dúvidas.


Começamos com imagens de luminárias.








E terminamos com essa lâmpada interrogativa.





Os focos energéticos de sombra foram para a matéria, no miolo da revista.