Aloísio Magalhães cita essa frase e acrescenta: “O novo é apenas uma forma transformada do passado, enriquecida na continuidade do processo, ou novamente revelada, de um repertório latente.”
Acredito que o processo criativo é um passeio constante entre a tradição e o novo. Um dia desses li no Twitter "Todo designer tem um pouco de Coolhunter" — uma pessoa que vive pesquisando tendências. E ao mesmo tempo, todo designer também é uma espécie arqueólogo da cultura material. A maioria vive cercado de papéis, fotos, imagens digitais e objetos – são colecionadores de antiguidades. Esse repertório histórico e atual é fundamental para alimentar o processo criativo, sem ele, secamos.
Quero colocar alguns exemplos do próprio trabalho do Aloísio, onde encontrei, de forma nítida essa visita ao passado conectada com o presente.
A primeira delas é o símbolo do 4º Centenário do Rio de Janeiro, de 1964, um resgate da cruz de malta portuguesa e uma apropriação da bandeira nacional. Apesar da carga tradicional desse símbolo, ele está completamente afinado com a produção artística de sua época.

Outro tanto tradicional quanto contemporâneo foi o símbolo do Banco Boavista.

O projeto das notas de cruzeiro de 1966, uma mistura do clássico com a experimentação nos processos de impressão para diminuir o risco de falsificação.

E por fim, um projeto que achei fantástico: o símbolo do Banco Central. Desenhado a partir da arquitetura da sede do banco em Brasília, ele é uma espécie de vista de topo do prédio, que por sua vez, foi construído a partir do desenho de uma moeda circulante no Brasil durante o reinado de D. João V, o dobrão.



É isso! Quando a coisa aperta no trabalho acabo fugindo do blog, mas é bom estar de volta!
Adorei a do BC. Não sabia do detalhe. Mais um casamento de Arquitetura e Design. =)
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