15.10.09

Anatomia da reforma gráfica de revistas

A Computers Arts britânica publicou um artigo do especilista em design editorial, Luke Hayman (Pentagram), onde ele fala de seus redesigns favoritos nos últimos cinco anos, no mercado de revistas.

Luke explica que as reformas estão cada vez mais frequentes, não apenas pela concorrência acirrada, mas também por questões estragégicas, num mundo marcado pela agilidade da internet, as mudanças se fazem cada vez mais necessárias. Há também o desejo de cada designer registrar sua passagem por uma publicação – em nossa cultura há a valorização da marca pessoal do profissional. Estilo, tendência e moda tomam conta do design gráfico, que antes estava muito mais ligado à ideologias.

As dicas para um bom projeto gráfico são:

_considere a revista como um organismo de diversas partes: capa, seções fixas, artigos, especiais, etc. Ela deve funcionar como um todo, pense nela como uma narrativa do início ao fim, mantenha a coerência.

_Tipografia, paleta de cores, imagens e gráficos são ferramentas para manter a unidade, monte o seu kit de forma concisa e será possível fazer mudanças futuras sem perder a identidade.

_Tenha cuidado ao definir as ferramentas para que elas não sejam mais fortes que o conteúdo em si e nem entrem em conflito com a publicidade.

_A escolha da tipografia adequada é fundamental.

_Observe como as revistas se comportam nos pontos de venda.

_A revista precisa ter ritmo, combinar matérias extensas com outras curtas, colorido com monocromático e facilitar a navegação do leitor.


Os exemplos de bons redesigns que Luke Hayman traz são:


Blender, por Dirk Barnett
O movimento desse trabalho foi de sair do layout excessivo, com diversos atrativos, para uma linguagem mais concisa e limpa. A simplicidade no uso das cores e os brancos foram as maiores ferramentas do redesign. Luke pontua a nova tipografia do título, que em breve parecerá ultrapassada, mas não vê isso como demérito e sim como uma contemporização, que logo precisará ser atualizada.



Vogue Francesa, por Fabien Baron
No sentido inverso da Blender, a Vogue optou por sair do layout clássico e sofisticado (como no layout da matéria sobre Calvin Klein), para um ritmo mais acelerado nas páginas e um contraste marcante. A capa, no entanto, ficou mais concisa, optando pela chamada única, a quebra no título da revista e fotos mais artísticas, que nem sempre explicitam a personalidade fotografada. O comparativo abaixo mostra a capa menor antiga e as demais no projeto novo.



American Craft, por Jeanette Abbink
Nesse projeto Luke destaca a importância da tipografia, que para ele sustenta o projeto. O único tipo utilizado nessa publicação é o Fleischmann, com uma variabilidade que permite diversificar e hierarquizar o coteúdo da publicação. Ele destaca também a criatividade no projeto da capa, onde a foto ficava livre de qualquer texto, utilizando-se de uma aba contendo todas as informações necessárias à capa. Esse recurso foi deixado de lado por questões orçamentárias.

Enfim, esse é um resumo do que foi mostrado no artigo, mas vale a leitura do texto completo, que pode ser encontrado aqui.

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