31.3.10

Estilo redondo

O que adoro nos blogues de estilo é que as pessoas podem se ver neles, aprender a ousar mais, se descobrir e, principalmente, melhorar a auto-estima. Visitando o blog da Ana Carolina descobri um blog francês delicioso! O Big Beauty que, como o nome sugere, é para mulheres que vestem um manequim acima do 44. A blogueira Stephanie utiliza uma frase mais ou menos assim: estilo não é uma questão de tamanho, mas de atitude. Perfeita! Esse é um convite para sair dos padrões de beleza convencionais e mergulhar na criatividade!

Stephanie trabalha como coaching de moda, ou seja, uma consultoria pessoal para quem queira construir um estilo próprio, independente do corpo que possui. E no blog, ela capricha na produção das fotos. Confiram algumas:








Essa semana Stephanie está na ELLE, numa edição maravilhosa voltada às mulheres mais redondas. Achei essa iniciativa da revista louvável, um trabalho verdadeiro de valorização da mulher real, diferente dessas campanhas contra o Photoshop, que considero duvidosas, tendo em vista que existem outros recursos para distrair o olhar e exibir a mulher idealizada, sem usar a edição digital.





Enfim, todo trabalho criativo deve ser uma busca incessante daquilo que está fora do convencional. Design, moda, ilustração, fotografia, música, cinema... deixo meu elogio aos que ousam!

29.3.10

O luxo, os livros e a leitura (2)





Sim, esta belezinha é uma livraria paulista, num estado onde cerca de 18% dos habitantes com mais de 15 anos são analfabetos funcionais (fonte). Num país onde 24% das compras de livros são feitas pelo governo federal e 50% dos livros vendidos são didáticos, ou seja, de leitura obrigatória (veja aqui). E se quiser continuar lendo sobre o assunto dê uma espiada nesse blog.


Nada contra a livraria, amo essas lojas maravilhosas, costumo passear nelas e já estou agendando uma visita a esta, na minha próxima ida à São Paulo. A arquitetura é deslumbrante e a variedade de livros deve ser enorme.



Mas ver essas fotos me fez lembrar da maior parte da população que não pode caminhar nem pela calçada dela. E isso me entristece. Eu deveria ficar feliz com esse trabalho magnífico, mas não quero ser indiferente, apesar de ter que ficar cega para muita coisa, ainda me dou o direito de me indignar com a falta de dignidade de muitos e o luxo de poucos. Desculpem-me pelo desabafo.



Retirei as fotos do site francês Fubiz.

26.3.10

O luxo, os livros e a leitura

Veja a beleza, a sofisticação e a suntuosidade dessa livraria e me diga: que país culto e abastado é digno de possuir tal preciosidade?













Lancem suas apostas!

23.3.10

Aquela que se afasta do normal

Acabo de conhecer virtualmente a revista argentina Atypica, que me chamou atenção pelas capas bem ilustradas — duas em especial.


Depois entrei no site, no Flickr, no Facebook e por fim no Issuu (1). Muita espiada e a certeza de que vou comprar três edições para conhecer melhor, porque o papel "dá barato" e me canso de estar diante do computador o tempo inteiro.


Vi tudo por alto, mas li alguns editorias escritos pelo editor Andrés Conti e gostei do texto dele. Um me tocou em especial, onde se conta uma história de sonhos e possibilidades reais, em que o importante é gostar do que se faz e do que se é. Esta é uma das rugas do amadurecimento, que devemos orgulhosamente exibir.

Num determinando momento do texto Andrés escreve: "No tenemos ni la menor idea de cómo son las cosas, por eso intentamos explicarlas a nuestra manera". Creio que isso tem a ver com este blog, com o fato de se estar buscando compreender o mundo do design editorial. E uma das maneiras de compreender é escrever, organizando o pensamento para esclarecer a forma como vemos esse universo. Assim, podemos contemplar o raciocínio para reafirmar ou desconstruir.

Gostei tanto desse editorial da edição 29 da Atypica, que decidi reproduzir abaixo. (Para quem não quiser ler em espanhol, vai a dica que um amigo me deu de um tradutor online)

"Cuando sueñan con el futuro, las personas quieren ser estrellas de rock, millonarios, Futbolistas, celebridades, modelos, médicos, arquitectos, abogados, diseñadores o cosas por el estilo. Algunos, muy pocos, soñábamos de chicos con ser editores de una revista. Más que ser editores lo que queríamos, lo que yo quería, era que mi nombre apareciera escrito en el staff de una gran revista de periodismo, bajo el equivalente en castellano de la frase en inglés “writer at large”. Es decir, quería ser uno de esos escasos tipos a los que les pagan un sueldo para escribir sobre lo que se les canta las pelotas, y de la manera en que se les canta las pelotas. Entrar a una enorme redacción, saludar a la gente y sentarme a escribir sobre las injusticias del mundo. Cobrar mi sueldo a fin de mes y tomarme las vacaciones en febrero, o marzo. El tiempo y las maduraciones que lo acompañan me depositaron acá, en estas hojas que ahora son de papel ilustración. Mi nombre figura a la vuelta de esta página bajo el honorable título de “editor”. Obvio, esto no tiene mucho que ver con lo que yo habia soñado. Mi revista, nuestra revista, no es exactamente la que nos gustaría hacer a cada uno de los que trabajamos en ella. Nuestras limitaciones son las que casi todo el mundo tiene: la capacidad de cada uno para hacer las cosas, la necesidad de ceder un poco para ponermos de acuerdo y la plata que no nos alcanza. Para colmo, somos pocos. A veces nos peleamos, o trabajamos los feriados para entregar a la imprenta a tiempo y salir en una fecha decente; y nos cansamos y nos olvidamos de por qué hacemos algunos esfuerzos. No hay una gran empresa detrás que nos pague los sueldos, ni una figura editorial superior a la que echarle la culpa cuando algo sale mal. Si, es cierto, trabajar en un call center vendiendo tiempo compartido o juntar basura de los carros debe ser mas estresante, pero uno se queja de lleno, nomás. Lo cierto es que no estamos en una redacción donde las chicas se pasean en biquini y tacos altos, ni los colaboradores toman tragos de colores en batas de seda roja con un loscano en la boca. Cortando con la queja, esta es la manera que encuentro de decir que para la categoría pseudoreal de los sueños por cumplir, lo que hacemos esta más que bien. Es lo mejor que podemos hacer en este momento, en este lugar, en este mundo. No le echamos la culpa a nadie, nos hacemos cargo de lo que nos toca. Esto es una revista que tiene casi 30, que quiere ser grande, y es nuestro sueño cumplido Su valor principal, entiendo, es pararse en un lugar, ese que les conté antes, y mirar las cosas desde ahí. Esto parece obvio, pero no lo es tanto en un mundo donde el pensamiento único parece hacerse cada vez más fuerte, donde todo pareciera poder encontrase en internet, y está lleno de expertos en eso de decir “lo de ustedes, muy lindo, pero las cosas no son así, son como yo les digo”. No tenemos ni la menor idea de cómo son las cosas, por eso intentamos explicarlas a nuestra manera y en eso andamos. Creo."


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(1) É incrível a quantidade de espaços virtuais que um mesmo meio de comunicação pode ter atualmente. Ele pode entrar na sua vida de tantas formas diferentes, te influenciar diversas vezes e muitas delas sem que você se dê conta disso...

16.3.10

Conceitos primos


Encontrei o cartaz acima, no Flickr da revista Eye, projetado pela agência grega Pi6, que me lembrou a capa que fiz para Conjuntura Econômica em abril do ano passado. A idéia de dispersão de um mapa é a mesma. Gostei do cartaz, muito mais suave que a capa de Comércio Exterior.


11.3.10

Uma foto antes de sair...

Hoje retornei ao trabalho e inspirada nos blogues The Uniform ProjectHoje vou assim, Hoje vou assim OFF e o saudoso Senhorita Carolina, decidi fazer algumas fotos com a roupa desse dia memorável.



E um xale, caso eu precise dele no cinema, à noite.


Será que as especialistas aprovariam? rs sr s

Trilha sonora: Guilty, diretamente do Fabuloso Destino de Amelie Poulain.

8.3.10

Um ano de blog

Em fevereiro do ano passado abri esse blog, mas foi no dia 08 de março de 2009 que comecei a escrever com frequência. O objetivo era reunir e compartilhar aprendizados, reflexões e coisas interessantes que eu via pela internet, revistas e livros sobre design. Este não é um blog profissional, mas sim um blog de uma profissional em constante processo de aprendizado.

Nem sempre consegui manter ele atualizado. Outubro foi o mês mais agitado, com nove textos publicados, seguido por uma drástica redução nas postagens em novembro (apenas duas) e desde janeiro não publico nada, portanto, nenhum texto no último mês de fevereiro. Esse movimento não é casual, sei que depois de um ápice vem o declínio: estava pesquisando tanta coisa, que resolvi investir em fazer coisas. Por isso, em novembro passado me envolvi em dois trabalhos além do meu emprego. Depois vieram as festas, o carnaval e as férias.

Não quero transformar esse blog num ato mecânico, desprovido de prazer. Então, ele continuará no ar, mas segue no meu ritmo, do jeito que eu conseguir conciliar.

Esse blog nasceu nesse dia de luta e reflexão em torno da mulher, por isso seu primeiro post sobre design foi dentro dessa temática (leia aqui). E hoje eu também não poderia deixar de falar no assunto, mesmo de forma superficial. Então, deixo uma homenagem à Kathryn Bigelow (o assunto do dia), a primeira diretora de cinema a ganhar um Oscar. E a mocinha já está colecionando: esse é o terceiro do ano. Uma vitória feminina, numa profissão majoritariamente masculina. Parabéns a nós!