31.5.10

A babel não-verbal

"(...) Nem todo mundo tem certeza do que pensa acerca de suas leituras não-verbais, e voltamos a sentir necessidade da lógica verbal para a reinterpretação do mundo. (...) querem recuperar os gestos manuais para escrever, desenhar e ler. (...)

(...) A babel digital está revelando que as palavras conscientes, as ideias organizadas, e a lógica do verbal detonam uma poderosa corrente mental, de onde nascem as novas ideias." Claudio Ferlauto


Esse texto me toca bastante porque mesmo sistematizando as linguagens não-verbais, essa será sempre uma leitura subjetiva, intimamente ligada à experiência prévia do leitor, ao humor dele no momento da leitura e outros fatores, levando a comunicação a sofrer com a incerteza.

26.5.10

Ilustração material

Semana passada conheci o trabalho do Owen Gildersleeve, achei ótimo! Comprovem.





























18.5.10

parafraseando Leonardo da Vinci





Leonardo da Vinci dizia que a pintura era uma arte mental. Ou seja, que se iniciava antes do pigmento ir do pincel ao suporte, e depois a transcendia. A pintura seria uma atividade projetual, ligada aos conceitos, ideais e ao espírito. A técnica em si não era suficiente para dar importância à obra de arte.

Séculos mais tarde veio a revolução industrial, com ela surgiram os primeiros artistas industriais, que depois se tornaram designers (projetistas), profissionais especializados em planejar objetos do cotidiano, alinhados com as técnicas produtivas, a funcionalidade e a boa forma. O objeto dessa nova arte passou a ser produzido em série e seu projetista foi aos poucos se distanciando da indústria, aglomerando-se em luxuosos escritórios, que os distinguia cada vez mais daqueles que são puramente técnicos.

Nessa época, a arte de projetar objetos (incluindo os gráficos) distanciava-se da produção, mas possuía uma gama de técnicas específicas e seus artistas estavam protegidos por pranchetas, goma-arábica, réguas, benzina, caneta nanquim e muitos papéis. No entanto, essa estabilidade foi abalada com a revolução da informática. Um grande número de pessoas, a maioria jovem, passou a ter acesso a programas que substituíam todo o arcaico aparato do projetista, agora chamado de "Deusigner". O designer foi destronado, deposto.

Qualquer pessoa que conhece pelo menos dois programas gráficos é designer. Já perdi a conta das vezes que ouvi de superiores ou clientes a frase: "o dia que eu souber mexer nesses programas...". Nenhum deles tinha a formação ou a curiosidade na área de design.

Acho que está na hora de voltarmos ao Lenardo... pensar um logotipo não é desenhar uma marquinha no Corel. Ao mesmo tempo, também não concordo com o endeusamento da profissão. Não sou gênio, não salvo empresas, não expulso demônios, mas posso fazer um trabalho honesto e ele não se restringe a desenhar qualquer coisa.