29.6.10

World Press Photo 2010

Sábado passado fui a uma exposição de fotos, infelizmente era o último final de semana e não posso recomendá-los uma visita, mas todas as fotografias estão no site do prêmio e vale uma olhada acurada.

Destaco minhas favoritas, começando por esse ensaio da holandesa Annie van Gemert, de pré-adolescentes e adolescentes, investigando a androginia dessa faixa etária. A foto abaixo é de uma menina ou de um menino?


O segundo destaque é essa foto deliciosa de se ver, do fotógrafo malinês Malick Sidibé. Gostei tanto do trabalho que fiz um post no blog Imagem, Papel e Fúria com diversas fotografias dele (veja aqui).


Outra que me encantou foi essa, da agência JR. Um registro no Quênia de um trem adornado com olhos femininos (parte de um projeto artístico que questiona o papel feminino na sociedade queniana) passando pela periferia de Nairóbi, capital do país.



E por último minha foto preferida, de Joe Petersburguer, flagrando a pesca de um martim-pescador. Gosto da distorção que a água dá à imagem e do céu retratado por debaixo da água.




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Acrescentando as fotos citadas pela Nívea


Kent Klich


Meiko Herrmann


Tommaso Ausili 

 

Essas do matadouro são repulsivas pra mim. Peguei a menos pior...


Craig Golding (olimpíadas de velhinhos)


Francesco Giusti (Sociedade de Pessoas Elegantes do Congo)


25.6.10

Pensamentos Aleatórios #2




Bauhaus e BakerSignet

21.6.10

colagens


Como andam os investimentos no setor produtivo brasileiro...
"Uma das características da colagem é permitir que você se evada de regras e padrões técnicos. É uma libertação e, em função disso, você encontra outras formas. É a liberdade total" Tide Hellmeister

Nunca fui desenhista, mas sempre gostei de fazer colagens.

17.6.10

Rosana Palazyan

Termina no próximo final de semana uma exposição que considero imperdível para quem gosta de arte e carrega em si uma inquietação em relação ao mundo e suas disparidades. Uma seleção de trabalhos da artista Rosana Palazyan e uma instalação, feita especificamente para a Casa França-Brasil: o Jardim das Daninhas. Um enorme jardim só de plantas consideradas daninhas: samambaias, beijos, tapetes e muitas outras bem conhecidas dos cariocas.

De todos os trabalhos expostos, os mais encantadores pela beleza são os singelos bordados Por que daninhas? Vejam algumas imagens:






Por que Daninhas? ".. seu valor de uso ainda não é conhecido..."



Por que Daninhas? "... competem por espaço e nutrientes..."



Por que Daninhas? "... afetam o desenvolvimento de culturas produtivas..."



Por que Daninhas? "... são indesejáveis e precisam ser destruídas..."


O trabalho agrupa ervas e pessoas daninhas, questionando: nocivas?
Para mim, a palavra que ficou foi superação. Plantas e pessoas que conseguem sobreviver em condições desfavoráveis, que resistem e se alastram.

Sábado vou visitar a exposição outra vez.
Quem não puder ir até lá, confira alguns trabalhos dela no site da Galeria Leme.

15.6.10

O busto, o elmo e o gorro





"Suponhamos que temos diante dos olhos um busto de bronze e o elmo de um guerreiro, do mesmo período histórico. (...) o busto e o elmo são duas formas diferentes que têm uma premissa comum: a cabeça do homem.


O artista que modelou o busto pensou que a cabeça do homem é bela porque é a parte mais nobre do corpo humano, aquela que em mais alto grau reflete e revela a perfeição ideal de Deus. O artesão que lavrou o capacete pensou que a cabeça é a parte mais importante, vital e delicada do corpo humano, aquela que merece em mais alto grau ser protegida (...).


Para o artista que modelou o busto, o valor de uma cabeça é estreitamente ligado à semelhança, para o artesão que forjou o capacete ele é praticamente independente desta. (...) Mas também o artesão sabe que a forma do elmo medeia uma relação entre coisa e ambiente: só que para ele o espaço não é uma abstração geométrica, uma perspectiva constante e imutável, mas sim a dimensão na qual um homem vive e age (...).


O busto nasceu da idéia da contemplação, o capacete, da idéia da ação. (...) A forma do busto é naturalista porque nasce da consideração da figura humana como um aspecto, o mais alto aspecto, da Criação. A forma do capacete, embora aparentemente abstrata, é de fato realista porque considera o homem na sua realidade, no tempo e no lugar de uma circunstância bem precisa. (...) Para o autor do busto, tudo é já criado, já está no espaço, e ao artista não se permite
senão imitar ou repetir. Para o autor do elmo, a série dos objetos é ilimitada como a das ações humanas; aliás, há uma correspondência tão estreita entre as ações e os objetos que são as primeiras que determinam ou criam os segundos.


A prória objeção comum sobre a pura esteticidade do busto e a pura praticidade do elmo se revela inconsistente: todos estamos de acordo em reconhecer que a forma do elmo é bela, e o é porque responde de modo preciso e exaustivo a uma função. Se o elmo, como às vezes ocorre, fosse excessivamente carregado de ornamentos, talvez cinzelados por um grande mestre, poderíamos admirar as esculturas mas consideraríamos igualmente que a forma do elmo é equivocada, ou feia, porque não corresponde à função, a menos que a função específica seja, neste caso, "fazer bonito" no torneio. Portanto, a idéia de função nos serve de unidade de medida da qualidade estética da forma do elmo, do mesmo modo como a idéia da observação ou da contemplação nos serve de unidade de medida da qualidade estética do busto: só que a idéia de função implica a de ação, enquanto a idéia de contemplação implica a de imobilidade.


Agora, reflita-se: também um gorro, como o elmo, é feito para defender a cabeça, mesmo que seja apenas do frio; pressupõe essa idéia e tem um fim estético enquanto visa a embelezar ou a aumentar o prestígio da fisionomia humana. Onde faremos incidir a distinção entre o que é arte e o que é prática, entre o que tem uma qualidade estética e o que não a tem (...).


Eu proporia que desistíssemos daquela distinção ou que nos ativéssemos à hierarquia tradicional, para a qual o gorro tem um valor estético inferior ao do elmo e o fabricante de gorros, na escala social do artesanato da época, ocupa um grau mais baixo que o do fabricante de a armas, o fato é que o elmo está ligado a ações que, sobretudo naqueles tempos eram consideradas entre as mais altas e gloriosas, entre as mais dignas do ser humano, e não se pode dizer exatamente a mesma coisa do gorro. Conclui-se daí que se a arte assim chamada pura transmite uma imagem do mundo, a arte assim chamada aplicada transmite uma imagem da sociedade e de seus graus e valores internos, e sobretudo das suas funções.


(...) Assim procedendo, com as melhores intenções de salvar os direitos da arte pura, demonstrariam aceitar o critério da função social como critério de avaliação estética."


Giulio Carlo Argan, Projeto e Destino (pág 115-117). 1955

11.6.10

Lady René



Esse é um trabalho completo e delicioso de ser visto. Lady René é uma tipografia caligráfica da designer argentina Laura Varsky, que nasceu em alto estilo. Para lançar o produto, foi feito um livro digital de poesia, ilustrado pela designer que desenhou os tipos. O arquivo está disponível para download e traz também uma descrição das letras, suas variações e ornamentos. Para conhecer o trabalho da Laura, visite este site.

7.6.10

Pensamentos aleatórios #1








TipoUpright e Helvética light

4.6.10

Idea Fixa bate um bolão

Se futebol não é um tema que me entusiama, a última edição da Idea Fixa conseguiu um milagre: gostei de vários trabalhos e principalmente da diversidade encontrada na publicação. Confira abaixo o que mais me empolgooooool.

Sensacional esses blocos do estúdio Trapped in Suburbia






Depois adorei os belos infográficos do Flavio Vilela
















Simpatizei bastante com a Maria Chuteira do Bruno Luna








E fechando com chave de ouro: Adeildo Leite



2.6.10