7.1.10

2010 começa com boas capas!

Logo no primeiro dia útil do ano sou brindada com duas capas sensacionais. Um jornal e uma revista se apropriam de imagens consagradas no passado, mudam o contexto delas, mantendo o conceito, e renovam tanto as imagens quanto o tema em questão.

A primeira história é mais longa e começa na segunda guerra, com o governo dos Estados Unidos fazendo campanha para que a população perdesse o preconceito, e as mulheres fossem trabalhar nas fábricas, que precisavam de mão-de-obra para alimentar a guerra. Os homens estavam na batalha, cabiam às mulheres assumir os postos de trabalho deixados por eles. Várias frases, músicas, filmes e cartazes foram feitos para encorajar. Dentre eles está um cartaz interno da Westinghouse – desenhado pelo artista gráfico J. Howard Miller, funcionário da empresa – e que foi utilizado por apenas duas semanas em 1942, sem maiores alardes. Nesse cartaz havia a frase "nós podemos fazer isso" e a imagem de uma jovem mulher uniformizada. A ilustração foi baseada na foto de uma moça de 17 anos, Geraldine Doyle, que trabalhou durante uma semana na fábrica. Tempos depois, o cartaz foi associado à "Rosie the Riveter", personagem contemporânea ao cartaz, que simbolizava a força de trabalho feminina durante a segunda grande guerra. Com essa associação, a imagem se popularizou de forma expressiva.



Abaixo, uma foto de 1944 mostrando uma trabalhadora nas mesmas condições de Geraldine Doyle. Fonte aqui.



Essa semana, a matéria de capa da The Economist fala sobre o domínio feminino no mercado de trabalho. Se no passado houve a necessidade da convocação, hoje as mulheres estão em aproximadamente 50% dos postos de trabalho.



Apropriação perfeita!

E eu a encontrei no blog Paper Papers, onde o jornalismo não é de papel mas de sangue e fogo. Nele, Toni Piqué escreve: "The Economist: portadas que no son sólo originales o casuales. Hay tanto periodismo en la selección de esa imagen como el texto del reportaje. Son portadas-balcón y no portadas-portón. Abren el panorama y muestran el paisaje en lugar de encerrarlo, limitarlo. Hacerlas da trabajo, sobre todo al que las hace, claro. Para eso les pagan en The Economist. Son los más grandes."

A segunda história eu conto amanhã, porque hoje estou pegada ou pregada, tanto faz!


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