Leonardo da Vinci dizia que a pintura era uma arte mental. Ou seja, que se iniciava antes do pigmento ir do pincel ao suporte, e depois a transcendia. A pintura seria uma atividade projetual, ligada aos conceitos, ideais e ao espírito. A técnica em si não era suficiente para dar importância à obra de arte.
Séculos mais tarde veio a revolução industrial, com ela surgiram os primeiros artistas industriais, que depois se tornaram designers (projetistas), profissionais especializados em planejar objetos do cotidiano, alinhados com as técnicas produtivas, a funcionalidade e a boa forma. O objeto dessa nova arte passou a ser produzido em série e seu projetista foi aos poucos se distanciando da indústria, aglomerando-se em luxuosos escritórios, que os distinguia cada vez mais daqueles que são puramente técnicos.
Nessa época, a arte de projetar objetos (incluindo os gráficos) distanciava-se da produção, mas possuía uma gama de técnicas específicas e seus artistas estavam protegidos por pranchetas, goma-arábica, réguas, benzina, caneta nanquim e muitos papéis. No entanto, essa estabilidade foi abalada com a revolução da informática. Um grande número de pessoas, a maioria jovem, passou a ter acesso a programas que substituíam todo o arcaico aparato do projetista, agora chamado de "Deusigner". O designer foi destronado, deposto.
Qualquer pessoa que conhece pelo menos dois programas gráficos é designer. Já perdi a conta das vezes que ouvi de superiores ou clientes a frase: "o dia que eu souber mexer nesses programas...". Nenhum deles tinha a formação ou a curiosidade na área de design.
Acho que está na hora de voltarmos ao Lenardo... pensar um logotipo não é desenhar uma marquinha no Corel. Ao mesmo tempo, também não concordo com o endeusamento da profissão. Não sou gênio, não salvo empresas, não expulso demônios, mas posso fazer um trabalho honesto e ele não se restringe a desenhar qualquer coisa.
Séculos mais tarde veio a revolução industrial, com ela surgiram os primeiros artistas industriais, que depois se tornaram designers (projetistas), profissionais especializados em planejar objetos do cotidiano, alinhados com as técnicas produtivas, a funcionalidade e a boa forma. O objeto dessa nova arte passou a ser produzido em série e seu projetista foi aos poucos se distanciando da indústria, aglomerando-se em luxuosos escritórios, que os distinguia cada vez mais daqueles que são puramente técnicos.
Nessa época, a arte de projetar objetos (incluindo os gráficos) distanciava-se da produção, mas possuía uma gama de técnicas específicas e seus artistas estavam protegidos por pranchetas, goma-arábica, réguas, benzina, caneta nanquim e muitos papéis. No entanto, essa estabilidade foi abalada com a revolução da informática. Um grande número de pessoas, a maioria jovem, passou a ter acesso a programas que substituíam todo o arcaico aparato do projetista, agora chamado de "Deusigner". O designer foi destronado, deposto.
Qualquer pessoa que conhece pelo menos dois programas gráficos é designer. Já perdi a conta das vezes que ouvi de superiores ou clientes a frase: "o dia que eu souber mexer nesses programas...". Nenhum deles tinha a formação ou a curiosidade na área de design.
Acho que está na hora de voltarmos ao Lenardo... pensar um logotipo não é desenhar uma marquinha no Corel. Ao mesmo tempo, também não concordo com o endeusamento da profissão. Não sou gênio, não salvo empresas, não expulso demônios, mas posso fazer um trabalho honesto e ele não se restringe a desenhar qualquer coisa.
Muito boa esta reflexão!! Vivemos no mundo do consumo rápido e da necessidade da experiência imediata. Sempre me vem à mente aquela cena do filme Matrix, em que plugam as pessoas e elas aprendem lutas marciais e a pilotar helicópteros. fico pensando que muita gente queria ser assim. Muita gente mesmo!!
ResponderExcluirMas os personagens do filme são meio homem meio máquina e é justamente contra a supremacia da lógica das máquinas que toda a rebelião acontece naquela história.
Acho que precisamos desplugar um pouco e valorizar os conhecimentos desenvolvidos, bem como aqueles que o desenvolvem.
É Vini, o trabalho e o aprendizado, assim como as plantas, precisam de tempo para amadurecer... e tempo é o que nos falta atualmente.
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