Na minha opinião, a frase que intitula esse texto foi uma das mais impactantes que o designer e ilustrador falou no filme. Fiquei impressionada com a falcilidade com que ele desenha e como essa destreza sempre esteve presente na vida dele, desde a infância. Quando ele diz que desenhar é pensar, está mostrando que vê o mundo, reflete sobre o que vê e reage através do desenho. Cada uma dessas etapas através do desenho. Por isso desenhar para ele faz parte da construção da sociedade. Ao criar o logotipo "I love, New York" ele estava colaborando para o fortalecimento da identidade de uma cidade, fica nítido no filme que esse é um dos seus maiores orgulhos.
Esse trinômio ver-refletir-reagir fica claro quando ele mostra que gosta de pegar o trabalho de pintores consagrados e fazer uma releitura. Ele pega uma foto de Monet e sua família, retrata numa ilustração e inclui uma cobra na imagem. Ele viu, pensou sobre aquele momento instantâneo e "esclareceu" algo.
Ele também defende a mensagem enigmática, aquela que deve ser descoberta, uma espécie de charada gráfica, que faz o observador pensar. Esse tipo de imagem se fixa com mais intensidade, exatamente por ter sido finalizada na mente de quem vê. A mensagem direta, pronta, imediata é rapidamente esquecida e misturada a outras. Foi muito importante para mim ouvir isso do Milton Glaser, pois sempre gostei mais das imagens que vão sendo descobertas. Para mim é uma multiplicação da mesma solução.
Bem, para quem está no Rio de Janeiro, ainda há uma chance de assistir ao documentário no sábado, dia 02, às 14h (mais infomações aqui). Para todos, um curta (sem legenda) onde Glaser discorre sobre o "Desenhar é pensar".
MILTON GLASER DRAWS & LECTURES from C. Coy on Vimeo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário