22.6.09

Capas e seus paradoxos

Issues New Magazine Design #5

“The Sales fuction of a magazine covers in general can be divided in two sometimes conflicting parts: the cover has to sell the idea of the magazine as a whole while at the same time expressing the fact that this is a new issue of that particular magazine.”

A função da capa é atrair o público que compra a revista. Para isso ela precisa desempenhar dois papéis conflitantes: manter a identidade da publicação e frisar que é uma nova edição. Ela precisa ser imediatamente reconhecida e nesse sentido deve preservar certos aspectos ao longo de sua história. No entanto, é preciso ser reconhecida como novidade, deve mostrar que é diferente. Sempre que trabalhamos com periódicos temos que cuidar desse delicado equilíbrio entre manter-se reconhecível, mas surpreender para atrair o leitor à nova edição.

Quanto maior a periodicidade mais difícil é manter esse equilíbrio. As revistas semanais precisam ter um ritmo de mudança mais forte para marcar rapidamente a nova edição nas bancas. A constância é mantida no logotipo, mas a imagem e a forma de apresentar as chamadas mudam constantemente. A Time mantém uma borda vermelha para destacar-se. A The Economist, muda drasticamente o tipo de imagem usada a cada nova edição, mas possui uma identidade constante com um logotipo e uma espécie de etiqueta no topo da página, onde chamadas secundárias são colocadas, deixando o restante do espaço para fortalecer a matéria principal.



















Quero destacar duas revistas de nomes parecidos, mas com focos e identidades distintas. A primeira chama-se i-D, uma revista sobre moda, arte e comportamento jovem, seu nome é uma piscadela tipográfica e seria também a abreviação de “identity”. A capa é sempre despojada, trazendo uma personalidade piscando. É impressionante a capacidade de variação sobre um único tema. Vale a pena um passeio pelas capas no site da revista.

A segunda, chama-se I.D. – abreviação de Intenational Design. As capas costumam trazer apenas uma chamada e ter imagens claras em relação ao tema.

























No Brasil, considero a Vida Simples e a Piauí as capas mais reconhecíveis a longa distância. Não é necessário ler o logotipo para identificá-las. Na última, o formato e o tipo de papel ajudam bastante, mas a Vida Simples é concisa quando diz ao que veio. Essa clareza tem a ver com o conteúdo dela e tudo se encaixa perfeitamente.

3 comentários:

  1. Em termos de reconhecimento à distância, a National Geogphic é imbatível.

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  2. A solução da National Geogphic é graficamente semelhante ao da TIME – a borda colorida. Esse recurso é tão forte que passou a ser o símbolo da revista, reforçando a idéia de enquadramento, que enfatiza a fotografia como carro-chefe da publicação.

    Na minha opinião a borda é feia, mas funciona e, em termos conceituais, é perfeita.

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  3. Eu também não gosto das bordas, mas o "destaque" quando junto de outras revistas é inegável.

    Obrigado pela visita e comentário no meu blog!

    Abraço,
    Wagner.

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