28.1.10

ai ai iPad

Meu novo sonho de consumo ainda não está sendo comercializado. Foi anunciado essa semana pela Apple e é uma mistura de laptop, celular, mp4 e ebook conectados à internet. Ou seja, perfeito! Não sou fanática pelos produtos da Apple, não sou consumidora de gadgets, mas esse está me entusiasmando.








Os diferenciais que mais me chamaram atenção foram: a tela de toque com 10'' utiliza a tecnologia da tinta eletrônica; dispensa o teclado tradicional, possuindo um virtual e os comandos são acionados com o toque e até com a orientação do aparelho (horizontal ou vertical); tem o tamanho ideal para carregar na bolsa sem perder a qualidade da tela, o que favorecerá a veiculação de periódicos, em sua multiplicidade, e livros em geral; pode ser usado nas duas orientações, assim você assiste um vídeo na horizontal e depois vai ler uma revista na vertical. Enfim, parece que será muito funcional... mas, como escrito por David Pogue no New York Times, só o uso e o tempo poderão mostrar se o iPad será uma revolução ou não. E para um brinquedinho Apple, não achei o preço tão salgado. Nos Estados Unidos ele custará, no mínimo, US$ 500,00 e no Brasil as estimativas giram em torno de R$ 2.000,00 – que é o preço de um laptop 13'', por exemplo. Isso, mais o serviço da internet 3G e a cobrança para acesso a mídias específicas.



Mas o que tudo isso tem a ver com esse blog?







O grande filão do iPad é a mídia impressa e sua digitalização. Sendo do tamanho de um livro médio, com uma tela de papel eletrônico, confortável à leitura, com fidelidade de cores e numa plataforma completamente fechada, ele se torna a arena perfeita para a consolidação do mercado editorial digital. O New York Times já avançou nesse sentido, tanto por ter uma versão específica para o Kindle da Amazon, quanto por seu recente debate com leitores sobre a cobrança pelo conteúdo online. Negociações de como o conteúdo da mídia será comercializado através deste gadget estão acontecendo. Qualquer acesso será cobrado através da loja Apple. No Brasil já temos O Globo, o Zero Hora e o Diário Catarinense na loja Kindle.



O designer Luke Hayman, da agência Pentagram, especialista em design de revistas, publicou reflexões interessantes à respeito. Ele visualizou cinco formas como o iPad poderá mudar o design de revistas:


1. Acabando com as retrições de formato. Segundo ele, o design de revista tendia sempre a reduzir o tamanho, tanto na impressão, para poupar papel, quanto na versão digital para tornar o conteúdo mais leve.


2. O fim da periodicidade. As atualizações serão constantes, como já acontece nas mídias sociais.


3. Reinventando a publicidade. Diferente dos conhecidos banners e pop ups, outros caminhos devem ser encontrados.


4. Novas narrativas, com o leitor podendo utilizar o espaço virtual para leituras longas, ao mesmo tempo em que o jornalismo visual se aperfeiçoa.


5. Uma nova funcionalidade para o papel. Com a transferência de grande parte do conteúdo para o meio digital, o papel poderá encontrar sua verdadeira vocação.




Meus comentários

Esses caminhos propostos por ele são consequências da digitalização da mídia impressa (jornais, revistas e livros). Ainda não compreendi como o iPad não terá restrição de baixa resolução, estando ele conectado à internet... alguém saberia me explicar? O melhor de tudo é a confiança numa nova funcionalidade para a mídia impressa, isso sim, me encanta.


O sistema operacional do iPad é completamente lacrado. Só poderá ser instalado dispositivos disponibilizados pela Apple – esse controle me incomoda. Fiquei sabendo que a indústria fonográfica não foi favorecida no sistema do iPhone e que a negociação com o mercado editorial está sendo mais cuidadosa para que seja lucrativo tanto para a Apple quanto para as mídias. Mas... e os usuários? Onde será que isso vai dar?


Para fechar, a capa da The Economist dessa semana com o santo Steve Jobs e sua tábua sagrada.

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